Tuesday, September 22, 2015

No teu coração tão ingénuo/Albinoni



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No riacho dos teus olhos
Pressinto desejos sagrados,
Mas é só na bruma dos teus sonhos
Que eles ardem endiabrados.
*
Entre o azul do céu
E o céu da tua boca,
Anda a minha boca louca
E a tua outra, vermelha,
Como veludo dos lábios 
Em volúpia suspensa.
*
Na tua alma dói um encanto
Que à minha alma faz chorar.
Quero extirpar dela o pranto
Para fazer a tua alegria voltar;
*
No teu coração ingénuo
Que aos meus olhos não sabe fingir,
Arde louca a tua volúpia de amor,
Mas nos meus olhos!

Que são o espelho dos teus,
Dança errante a minha paixão boémia
Que ao teu coração tão terno
Já não é capaz de mentir.
*
Se o vento te bate nas asas,
E não te deixa voar como queres,
Deita-te nas minhas asas
E aí, voarás como quiseres!...

Véu de Maya